SÃO PAULO NSFW

Foto: Gabriel Valadão

Laura Magri criou uma marca de produtos eróticos para falar sobre prazer e sexualidade de forma livre. Veja a entrevista com a empresária.

 

Falar sobre sexo de forma aberta, “como deve ser”. Esse era o desejo de Laura Magri quando ela começou a pesquisar conteúdos e marcas sobre prazer e bem-estar sexual. Só que ela percebeu que esse universo praticamente não existia no Brasil, justamente esse país tão sexy. Ao menos não com a cara e a sensibilidade que ela gostaria que tivesse. 

“A minha inspiração veio de um lugar pessoal, de tirar essa conversa do fundo da gaveta, sabe?”, conta ela.

Foram necessárias referências de fora e muitas trocas com gente da área para que, em 2016, Laura lançasse a Nuasis, um projeto fiel ao que buscava: uma marca com curadoria de produtos eróticos de alta qualidade e design incrível, focada no feminino e traduzindo um pensamento livre e plural, com venda de sex toys, óleos, “roupas para ficar nua”… 

Além da loja, a marca tem uma newsletter sobre bem-estar sexual e no seu espaço físico em Pinheiros rolam encontros e vivências, conversando naturalmente sobre prazer, como Laura queria. “Quanto mais a gente fala e conhece, mais o assunto ganha corpo e profundidade.” 

Morando em São Paulo, a empresária dá dicas para quem quer adentrar uma cidade intensa e divertida, onde a sexualidade é protagonista. De um clube com shows adultos a uma casa para fazer massagem, passando por onde ver arte e dançar, ela indica o caminho.

 

Quais foram suas inspirações para criar a Nuasis?

A minha inspiração veio muito de um lugar pessoal, interno, de sentir vontade de falar sobre sexualidade e sexo de uma forma mais natural, aberta e livre. Para mim e para todos que estavam à minha volta era um assunto muito velado, sem possibilidade de grandes trocas e conversas. A partir desse desejo, surgiram mil ideias e possibilidades.

Veio a vontade de criar uma marca que trouxesse isso como conceito, apoiada em uma curadoria de conteúdos e produtos de qualidade, com um recorte mais focado no feminino. 

Fui procurar marcas no Brasil na época, em 2015, não encontrei nenhuma e daí fui buscar marcas fora. Encontrei algumas, conversei e troquei bastante com algumas pessoas que foram muito importantes nesse primeiro momento de criação da Nuasis. 

De lá pra cá, você nota que o debate sobre sexo mudou? 

Mudou demais. Como eu comecei a pensar sobre a marca em 2015 e abri a empresa em 2016, isso foi anterior a esse debate sobre bem estar sexual e prazer feminino. Foi já um superdesafio encontrar produtos tanto para curadoria quanto para conceituar a marca dentro do mercado nacional. Acho que um grande divisor de águas foi a pandemia. Sinto que mudou muito depois de 2020 e que as pessoas ficaram mais livres para falarem do assunto.


Acho que o grande ganho é trazer a conversa de forma livre e natural. Não se falava sobre clitóris, orgasmo. Nada disso era pauta, tudo era muito velado e escondido. Hoje temos muita gente grande falando sobre isso, tanto em mídias digitais como na televisão.

Essas mudanças se refletem também no comportamento na loja?

Com certeza. Quando você traz o assunto de forma natural e isso reverbera em vários pontos de contato, o público aprende. Sinto que as pessoas que vêm na Nuasis são, em sua grande maioria, muito livres e abertas para conversar sobre sexo e sexualidade. 

O que você costuma ler, assistir, o que te abastece criativamente?

Dançar sempre me abastece demais, preciso ir dançar pelo menos duas vezes ao mês! Escutar música nova também é um grande combustível. E uma coisa que dá uma limpada no meu cérebro e me ajuda a começar o dia é fazer exercícios físicos. Mexer o corpo de alguma forma me ajuda muito a ter clareza. 

Adoro também ler a “Piauí”, acho que é minha revista favorita. Além de ler livros de ficção e de estudar temas distintos relacionados à sexualidade.

 

Localizada em Pinheiros, a Nuasis foca no prazer feminino e traz o conceito do erótico para um lugar de menos tabu.

 

Agora vamos às indicações de lugares e experiências: qual seu roteiro com dicas de espaços onde a sexualidade e o erotismo se destacam em São Paulo?


Prazer e bem-estar sexual: Terapia tântrica para mulheres desenvolverem e curarem sua sexualidade com a terapeuta Luciane Angelo no espaço Yzluh.

Curso de Shibari com a Sansa Rope.


Ver arte: O Museu da Diversidade Sexual reinaugurou recentemente, vale a visita e olhar as exposições em cartaz. Sempre trazem temas atuais sobre sexualidade e gênero. 

Tem essa expo da Lia D Castro (“Em Todo Nenhum Lugar”) no Masp, vale a pena visitar. 


18+: O Love Cabaré tem programações diferentes para cada dia da semana. Eles inauguram um novo menu/drinks e novas performances no dia 29 de agosto. 


Para dançar: Um bom samba para se mexer com a curadoria impecável da Casa de Francisca ou no Samba de Dandara.

 

“A minha inspiração veio de um lugar pessoal, de tirar essa conversa do fundo da gaveta, sabe?”

 

Recém-reinaugurado, o Museu da Diversidade Sexual nasce e vive a partir do diálogo com movimentos sociais LGBTQIA+ e que se propõe a discutir a diversidade sexual.


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